sábado, 23 de março de 2013

ART NOUVEAU(ART NOUVEAU!) - etimo etmologia

Ficheiro:Gustav Klimt 016.jpg
Cassiopeia, minha  constelação de amor,
jamais quis, precisei, desejei, amei
qualquer mulher que fosse
- com paixão semelhante
ao sentimento de amor
completo e complexo
que tenho por você
batendo sob o plexo
com nexo ou sem nexo,
com sexo ou sem sexo.
( Claro que quero
bastante sexo,
que a paixão não se aplaca
senão com muito ato de amor!).

Quero beijar você até a alva
perder a cor
na barra da noite
- e a barra da noite
empalidecer
no dilúculo
gotejante de orvalho.
( Valho o orvalho...
Valha-me Deus!,
quanto alho olho!:
molhos de alhos,
vale no vale
ou na vala
que valha a navalha?!).

Com o rocio no cio,
rumorejando o arroio
quero receber e doar
todo o caudal da saliva
passada durante o ósculo
nos oaristos
que encetaremos
mas não terminaremos
nem quando o tempo for nunca,
pois nosso beijo
não achará abrigo no fim
ideado pelo filósofo Aristóteles
ou pelo pintor Klimt,
o qual pintou "O Beijo"
obra de "Art Nouveau"(Art Nouveau!)
( Vide o movimento cognominado(?)
de Secessão austríaca ou vienense).

Quem, Cassiopeia, achou um filão
- de amor, de paixão,
- que é nosso caso casado,
ou mesmo apenas
uma pérola de amor
dentro de uma ostra
que nos une
com coração de um
a bater pelo coração do outro
( e de mais ninguém!)
- quem assim achou
tanto amor
dum peito a outro peito
em dum-dum de tambor,
aparta-se da velha solidão,
do velho tempo
perde os andrajos do corpo
que ficou em lixo de células mortas
e fecha-se dentro da ostra
que nos abriga do mundo
iluminado pelo Canis Major.

- E nós achamos o rico filão!,
e a pérola a nos espiar
e escolher de dentro da ostra!,
hermética ao ostracismo
dos ostrogodos do mundo
dos homens bárbaros, godos,
góticos nos pórticos das catedrais medievais
e lá vai séculos,
marcados a passos de pó
no Pórtico e São Benedetto,
comuna na região da Emília-Romanha...
Ah! Se chamasses Simonis del Bardi...
não terias teu nome
como nume na Cassiopeia,
mulher querida no meu coração!

Ah! A pérola para um colar...,
achamo-la nós!,
ó amada minha,
minh'alma partilhada,
ainda sofrendo apartada!,
flor nos meus olhos,
minha vida,luz e coração!
E por causa desta descoberta,
da pérola dentro da ostra,
do veio de amor sem limites,
aspiramos separar-nos do mundo hipócrita
e ter  vida nova ( Vita Nuova, Dante Alighheri!)
tal qual fazia o cristão
que amava tanto sua causa
que preferia o martírio
a continuar sem sua fé,
que era sua esperança única
e seu único amor e bem
no mundo sob a luz do Canis Minor
que minora a hora no céu.
( Seria tudo um preanúncio do amor
e da Divina Comédia
que é a vida humana,
senhora minha?!
Outrossim os comunistas
pereceram sob tortura
por uma causa
que não valia a pena
e muito menos a vida
tudo porque  o contexto os vestiam
- de vestais!
e neles investiam
um tempo para o mártir
e outro para os que faziam a colheita
dos frutos regados a sangue!,
porque assim é o mundo,
minha doce e pura senhora,
que ainda não é minha,
mas de outro mais feliz
ou infeliz sem seu amor
- que é meu apenas!,
desde o seu berço
no desenhos dos seus olhos
buscando luz nas sombras
que desenhasse minha face
e desdenhasse as demais).

Eu, bela Cassiopeia,
não sei mais viver
sem tocá-la amorosamente todo dia,
sem abraçá-la carinhosamente,
olhar em seus olhos,
amar você perenemente
com imenso respeito...
ouvir sua voz
que adoro...
- até que chegue o dia da sega!
e a lua carregue a foice
do verdugo que ronda a vida.
Até aquele dia fatídico!

Você, Cassiopeia,
é uma constelação  suspensa no céu
sobre minha cabeça nua sem chapéu.
- Eu, um demônio caído na terra
( demônio em grego significa sábio,
diz Erasmo de Rotterdan
em "Elogio da Loucura"
a única obra de psiquiatria real
antes de Michel Foucault escrever com maestria
sua "Historie de la Folie",
na qual aborda o poder psiquiátrico
ou a psiquiatria como poder de polícia
e médicos como "policiais de branco"
Obras dessa envergadura intelectual
são ignoradas pelos louco no poder
secular e regular).

Se algum dia
a Cassiopeia apagar-se no céu
restarei num andarilho
que se arrasta à sombra vinculado
tiritando de frio
- até que a morte por hipotermia
venha e transfigure o nosso cálido amor
- de lava de vulcão apaixonado
em branco glaciar.

( Vamos viver nosso amor, Cassiopeia,
enquanto temos tempo
e não uma Era Glacial
a nos separar eternamente
sob camadas de gelo?
Vamos arrostar o mundo
mesmo sabendo
que seremos mártires do mundo?!...,
pois mesmo se o não fizermos,
não nos amarmos
até as vias de fato
aonde querem chegar os nossos corpos quentes,
ficaremos a mitigar a frustração
olhando para dois olhos
com um  amor maior e mais belo que o universo,
mas poderá não ser realizado cabalmente,
como pode e deve ser,
custe o que custar,
doa a quem doer,
pois não haveremos de ser pusilânimes,
cruéis conosco mesmo,
proibindo-nos de viver este amor imenso e puro,
que os outros proibiram
graças a circunstâncias
que não nos favoreceram,
mas favoreceram a eles
que exigem que nos amputemos desta paixão...
Todavia, mesmo se fizermos o que eles querem
impor-nos cruelmente
desrespeitando nossos desejos mais ardentes,
ainda assim
e por isso mesmo
- assistirão com júbilo
nossa morte precoce
que começará pelo sacrifício deste amor puro
-  um amor santo
que não conhece a maldade
e tem o poder de realizar maximamente
até o ponto de deixar encontrar rasto de nós
à beira do caminhante
sobre terra ou água
nos pés nus de carmelita descalço
- que será  nosso filho
ou nossa filha
que será nosso amor em chama ardente,
que nem as ardentias do mar apagará
- dos pés do caminhante,
que escreverá nas areias da ampulheta
com um pé na alpercata
e outro nu no solo
a nossa história de amor
mais bela que Romeu e Julieta,
ou qualquer outra
que foi ou que há-de vir
empós as nossas auroras juntas,
pois nossa paixão,
na acepção grega do termo,
não será meramente  uma história poética
ou científica( Deus nos livre!),
ou filosófica, religiosa, mística...( Deus nos tenha!),
mas sim uma realidade experienciada a dois,
vivida até os ossos
que o levam na morte!
- Nossa paixão,
 uma experiência  a três com o filho...
a quatro mãos com  a neta, tataraneto...
o qual será o caminhante
 ainda que sem rumo!,
mas na senda,
porquanto sempre será torto o mundo
que é dos homens e dos direitos
que se arrogam os feudais senhores
donos das almas e espíritos venais
- mas não da barra da alva...,
Cassiopeia minha,
que nessa eles não podem tocar
assim como não hão-de tocar
na sua flor de laranjeira
que lateja já por mim
desde a primeira vez
que seus olhos
deram luz à minha face
deitada no pensamento filosófico,
que era minh'alma errabunda
antes de você ma tomar
com suas legiões de amor
a lançar flechas incendiárias fatais...

Nosso amor sobreviverá
ao que vier :
ele já está escrito
n'alma, no peito, nos olhos,
no corpo inteiro,
- em todo o cosmos!!!

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Ficheiro:Gustav Klimt 016.jpg

terça-feira, 12 de março de 2013

PRIOR(PRIOR!) - glossario glossário



Savonarola não é o que consta
da história,
que é uma historieta para três porquinhos
e um lobo de maus bofes, soprano,
mas aspirante a tenor (barítono?!).

Savonarola foi
o que não narra a história
dos príncipes seculares e regulares
para os quais o que conta
são seus interesses mesquinhos,
nem tampouco o objeto abjeto e abelhudo
dos historiógrafos circunspectos
a ponto de provocar riso
em um cadáver.
Não, não é objeto
do  "delirium tremens"
dos historiógrafos de Hegiogábalo
ou Elagábalo, da dinastia Severa,
encetada por Septímio Severo.

A história de uns e outros,
senhores da terra e historiadores,
só contam e analisam
alienações marxianas ou hegelianas da mente
de quem lança
tais objetos
sob nomenclatura de um Savonarola,
que não é um,
porém muitos Savonarolas,
nenhum dos quais é de fato
um homem
que foi engolido pela baleia do verbo da época,
nem o prior
que era
à época que espocou,
eclodiu o fenômeno
no corpo de um homem
sob negra sotaina dominicana.
A história dos senhores
e dos seus escravos historiólogos
são lendas, gestas escritas para o príncipe,
o governante da época
seja ele um homem todo-poderoso
ou uma doutrina com seiva de fé
e assento na ciência racional
livre dos outros contextos
que costuram os textos
e que não seja
o seu contexto em texto
de poeta narrando gestas em prosa ou verso,
o que corresponde em formação de batalha
á cavalaria ou infantaria pesada.
( Pior  que  prior(prior!),
só o priorato e o pretor,
o preço do prelado,
do prestidigitador...).

Savonarola era um religioso
altamente intelectualizado,
mas também um fanático,
prisioneiro de uma demência crônica, congênita,
que o vitimou inapelavelmente,
porquanto o Papa o excomungou
e foi, posteriormente,
executado em praça pública,
queimado vivo
frente ao Palazzo Vecchio,
em função de seus diatribes,
sua teimosia, intolerância
e sua severidade doentia.
Aliás,  quase a totalidade dos religiosos,
místicos, intelectuais e outros que tais
são políticos com poder mental,
espiritual...enfim,
com poderio encerrado em signos
e símbolos que dominam as mentes
de quem os ouve ou lê,
que impõem ideias e doutrinas
exercendo um domínio absoluto

sobre  soluço de seus súditos súplices.
( Seus exércitos ou legiões mentais
marcham em signos e símbolos
e conquistam, quando em campanha,
o pensamento e sentimento humanos
com a flecha do poeta
que esconde seus tratados filosóficos
em versos aparentemente pueris
que, no entanto, assolam
ou varrem da face da terra,
 sistemas de pensar,
os quais são mitos
que, inobstante, escrevem o teatro
para que o rito seja cumprido,
encenado sob a letra do mito,
ou seja, diz o que deve o homem fazer
- sub judice
e o que lhe é vetado peremptoriamente
dentro da história traginarrada
com um terço de tarja,
narrativa que se desenrola
em rolos de pergaminho
ou versos tratados sobre o trato do arminho.
Portanto, intelectuais, místicos, retóricos....
são, de fato, e no ato mítico e ritual,
reis perigosos,
em crisálidas de signos
e falenas de símbolos
encobertos pelas mantilhas de trevas da noite,
os quais podem ameaçar a hegemonia
dos reis reais
que subjugam pela força do gládio,
do helicóptero apache,
do tanque de guerra,
dos drones ou dos dromedários
que dão medo no medo,
nos medos e nos persas....
- enfim, os homens que se plantam em tese
em meio ao caminho de outras majestades,
também usam de aparato bélico eficaz
com cavalarianos e infantaria
- que mataria
sem piedade de Maria,
mãe de Jesus,
o filho sem fé de José,
que não era nenhum pastor
conduzindo um fato,
e, outrossim, mataria na pradaria
um bando de bisontes berrantes
não-bisonhos nem bizantinos,
mas bi-sonhos e outras bizarrices extante,
se tanto, que não sei quanto,
nem quantum nem quanta,
tanto quanto e quando
fosse o tamanho do rebanho não-simbólico de homens
- nos cascos!...
sem paz nos pastos).

Savonarola, amantíssima musa,
portentosa medusa,
vivificado até o eterno retorno
das ondas vitais,
quando do plantio da Cassia
em imaginárias aléias pela Via Cassia,
em Roma dos romanos,
era um rei poderoso,
ávido de poder,
cujo reino não era deste mundo,
mas enclavado no universo paralelo
daqueles que ousam pensar,
temerários,imbuídos, embasados em fé,
ainda que sobre seu pensar
paire a Moira
que mora
na Morávia
ou Bavária afora,
fora o foro íntimo,
que intimida o rei Midas
e mudas de mim
esparsas em ervas daninhas ao rés-do-chão
com chapéu de céu
por solidéu ou véu vetusto.

( Quando miro-me nos seus olhos
que tem desenhos exóticos
num rasgo de arte japonesa
vejo-me dentro deles
vestido com uma sotaina de frade negro,
mas sou um basilisco
que não é mitológico
senão quando não está
postado entre o amor
a nos amalgamar
e a morte a separar
o corpo de algo
que o anima
e deixa-o belo:
A morte é hedionda,
pior que o prior
e todo o priorato
- e de que duas medusas
e dois basiliscos
que acaso se enfrentam
para trazer o ocaso
quando não sabem a mar
- e amar a ponto de orvalho
nos umidificar
no barro e na água
de um fruto
do nosso encontro íntimo
- e feliz em flor no frontão
da catedral que é o nosso corpo
em junção de milhões de corpos retorcidos,
cozidos no negro
- dos lacertídeos
amealhados para formar
uma catedral negra
- noiva da morte
que grita na primeira carpideira,
que, no transcurso escuro do drama da "Pietà"("Pietà!"),
é o primeiro violino em voz lacrimosa
de uma mãe que perdeu seu filho
para o ventre escuro da terra!...:
o filho que passou
- entrou pelo ventre escuro
de seu corpo
em atos de amor febril...
ò Senhor, dá-me piedade da Piedade!...
- que esta mãe
é muito mais que a Piedade
- que as Piedades!..
de um avida inteira ímpia
- ou pia qual Maria,
a mãe do salvador).

Deixa, que esqueço Savonarola,
na sua barcarola de atilados Átilas,
e deixo endechas
ao prantear a morte de meu sobrinho
que faleceu ao 24 anos
vitimado pelo mal do século : o médico,
assassino que mata por envenenamento
com drogas lícitas.
Desassisados que recebem título de doutor
quando o douto é o filósofo
que sabe da razão
ou "Scientia rationis!"
e o poeta acurado no sentimento
de um mundo que acusa
a "cognitio fidei"
de um pontífice partícipe da sabedoria
e do conhecimento do mundo
e dos ultramundos
que se derramam
em cósmica visão
de um simples "Sabah"
ou nos hiero gamos,
já curvados pelo tempo
e pela equação de Einstein,
que se busca em luz
na constante de Max Planck...

Oh! hoje, quero a luz
da estrela apagada
na alma violentada
do meu sobrinho morto
pela mão do torto,
à sinistra, no sinistro;
e do destro,
à direita do Direito
sem Obrigações para nababos
e quiabos com baba
que caiba na queixa com baba-timão
e ameixa com queixa desleixada,
deixada às queixadas nas endechas

que não deixam o chão.

( Do opúsculo em versos tortos para os náufragos que somos após bater no arrecife, o que não escolho : "Endechas com Voz na Primeira Carpideira que não Encetou o Coro Lacrimoso do Primeiro Violino, mais Soturno que Toda a Melancolia...").

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domingo, 10 de março de 2013

BRIDA(BRIDA!) - verbete verbete


File:Medusa uffizi.jpg
O homem somente precisa saber amar.
O resto é futilidade.

( O amor é frugal assim,
ó escatológico Aristóteles,
homem do bom fim
e do sumo bem : a felicidade.
- A mulher?!).

A mulher já sabe amar
por isso pode se dar ao luxo
de ser  - fútil?,
porquanto é muito útil
e se junta ao agradável
e às vezes ao desagradável
quando não está afável.
Esse ser impenetrável,
doce, mas com travo amargo
de amargas ervas daninhas
que não deixa a terra
se tornar maninha.

Ouço a bravata
da satisfação plena
"ou seu dinheiro de volta"
e concluo e incluo,
ó demônios Íncubos e Súcubos,
que acaso me lêem...
-  concluo que sempre,
junto ao não-molho da sempre-viva,
melhor para a vida,
que é o desabrochar para o belo
e o despertar para a verdade
ou para a bela Aletheia,
- que é de bom tom
( um tom Jobim! no cancioneiro...)
que se deixe
algo ou tudo inconcluso,
incluso os autos
e a utopia dos arautos
a fim de que a vida
não se acabe
em tédio suicida
ao amarelar do outono
na queda do anjo das folhas caducas
e flores fenecidas.
De bom tom, Tom,
que tudo não se acabe
assim feito o feito
da obra de Kafka
com afta ou sem afta.
( Pergunte ao universo
de Drauzio Varella
que ele há de esclarecer com varíola
ou, quiçá, com varicela).

Escuto no culto inculto,
quase íncubo
( - e quase sucumbo!),
que o mundo está tomado
- todo tomado por fora
pelas hostes de Átila, o Huno, Gascões...
e não há por onde passar,
fugir, nem por água de nautas sem naus,
timoneiros sem timão ( - e pumba! : morreu a pomba).
Não há como escapar,
estamos sem escapismos românticos.
Vamos, então, por Santo Antão!,
pintando em tentação por Salvador Dali
e visto por meu ego daqui,
- vamos entrar para dentro de casa
retomar o caminho de casa
- da casa que somos e erigimos
por dentro de nós
com quatrilhões de nós górdios,
e que fica na velha aldeia da velha bruxa
onde nem tudo foi tomado de assalto,
onde o direito romano não chegou esbaforido,
civilizatório,
com seus sicários, seus mercenários,
seus mecenas, seus poemas,
prontos para prender nossa alma
emparedada no corpo
no meio do nada,
em niilismo perene.
Empreendamos uma fuga
para onde a mão pesada
do que chamam de justiça,
que é o ato de escrever a lei cruenta
sob o papiro frio e sem vida
ou dizer o direito romano
pela boca de seus juízes
limitados pelo juízo do contexto,
que jamais é judicioso,
pois o dizem para aqueles adversários
alcunhados de bárbaros...
- Fujamos a cavalo solto em galope sem brida(brida!)
para onde esse direito do romano
não colheu nossa alma indômita
nem debandou
as aves de arribação de nossos sonhos
mais queridos ou opacos
das noites bem dormidas,
que são as noites das noites
em dupla raiz no mundo onírico
onde tudo é Salvador Dali,
chagas de Chagall,
"Sherzos" de Joan Miró,
ou a melodiosa voz de Gal
vazando água no imenso paul
do ouvido e do rio do olvido ( o Letes!)
rimada e ritmada pela voz do lobo no auuuuuuuuuuuu...
à lua que atua de pua
e pau, caniço,vara com minhoca
para se fazer justiça à fome do homem
e da mulher,
que é dona do homem
desde pequenino.
( Minh'alma é uma minhoca
que torce retorce ziguezagueia
com verve de verme
nada inerme,
mas ajuda com a ajuda de Nossa senhora da Ajuda
a pescar peixes e homens bons,
mulheres ótimas,
procelas para as procelárias...).

Louco são os físicos quânticos
( quantos tísicos?)
- quânticos doudos são estes
filósofos de um tempo cínico
sem um filósofo cínico
para arribar o riso
ao objetar e arguir com práxis abjecta
sobre a escatologia humana
mefítica escatologia metabólica
que não cheira ao metafórico na flor de laranjeira tenra,
alva na alma do alvo,
o cândido efebo,
que nasceu no coração da rua,
medrou sobre o asfalto cinza-serpente,
sob o Serpentário suspenso em luzeiro
que penso e apenso ao céu em negror,
- a flor cândida
regada com o aljôfar
em ponto de orvalho
descida em cachos de cachoeira
dos olhos da madrugada
a postos no olhar do poeta Carlos Drummond de Andrade
buscando e achando o amor
oculto sob o tédio, o ódio e o nojo...
- num mundo imundo, iracundo,
onde a cor do homem
é vista com olhos maus,
eivado de preconceitos violentos,
enquanto o amor de um homem
é escarnecido
e pode morrer envenenado
nas madeixas da medusa,
em endechas de tristes bardos
qual Cruz e Souza
que viola violões de anões
e faz da poesia
um canto no silêncio.
( O poeta cruz e Souza
que era  negro
nos olhos negros
de uma noite pesada na alma
dos desalmados
que constituem
o princípio e a constituição
de um estado da maioria boba
de almas penadas
que são os homens
quando industrializados
em industriosos
pobres-diabos...
perdidos, nus, num estado
que não alforria ninguém,
nem o governador
e outros sátrapas
com belos e pomposos nomes
palavras-pavão
que dissimulam-se em democracia.
Heróicos, heróis Herodes de todos os tempos
- até o fim dos tempos!...
são estes déspotas
sempre vivos e com o mesmo poder desumano
passado em leis
e repassadores de ordens em decretos
que ferem de morte as leis
e o direito que se esconde no pensamento
e se recusa a alienar-se na arena romana
preparada para matar cristãos.
Eternos mártires somos!,
ainda que nos deixe a vida
- despedaçada!

Ah! os físicos quânticos
estes novos epicureus sem Deus
ou com o bom Deus,
sem rei ou com o rei do momento...
Ai! Estes são inocentes
e vivem esparsos
pelos mundos paralelos
e nos espaços alelos dos genes!
São criaturas de poder
tal qual os reis e imperadores,
mas seu reino é metafísico
e eles somente tem poder mental,
nunca neste mundo para belicosos primatas
que sabem usar as patas
e as mentes das inteligências natas,
que eles cooptam e prendem,
para dominar mundo cão
- majoris e minoris.
( Sou da ordem destes minoritas!).

E enquanto o mundo corre,
nos cabelos da mulher
a medusa espreita
cheia de desdém
porque ela é bela,
de uma beleza natural,
e o homem a serve solícito
com toda sua verve no verbo,
feito um lacaio "laico".
A mulher é maior
em fortaleza que o homem
e por isso o espezinha continuamente.
Ela já é madura e astuta
desde tenra idade
enquanto o homem passa a vida
em folguedos infantis
e em idade provecta
brinca de filosofia
e  ciência e poesia.
A superioridade congênita da mulher
está expressa na sua vida
- ela vive da arte de amar
da qual nada soube Ovídio
nem nenhum esteta e sábio
que pude ouvir ou ler
no seu casulo de signos,
nem empós escapar so invólucro na crisálida
que lhe tolheu ou preparou as asas
para o voo cara e vela
para o sol
único espelho
em seu espectro lucífero.

A mulher é a sabedoria em prática-práxis
e ensina o amor ao homem.
Só então, depois de aprendiz de feiticeiro,
o "trouxa" pode amar.
De fato,  o poeta pode ser mestre
nesta arte de errar
pela dor e pelo prazer mais deleitoso
proporcionado pelo leite no leito,
pois é mais pato a amar
de tanto amar o mundo
e ao se tornar, enfim, mestre na arte de amar
- vai amar a mulher
que faz a vida seguir
com a criança que encanta
e é um deus e uma deusa
no lar que leva a levante de novo
os antepassados deitados em covas
- com  frialdade insensível nos ossos
onde se aninha a morte,
enovelada, velada,
sem sopro para oboé
na sexta sinfonia de Beethoven,
pastoral para Baudelaire, o louco...
(- Para onde fugiremos, pastora!,
tocando avena...
Não há lugar, lagar...:
o mundo está fechado
sitiado pelas legiões romanas,
até nas letras dos poetas apócrifos
- que, lamentavelmente,
sonham ser canônicos
e se perderem na fama,
aonde hão-se chafurdar!).

A mulher!, que é, outrossim, uma medusa!,
quando a olho no olho,
vejo que não é para ela
que olho primeiro,
mas para várias faces
que vem antes dela
e que Berlini
deixou ao esculpir
e também a escapulir
porque é complexa demais
a face e os cabelos da medusa em ato,
a mulher verdadeira, real pomba.
Ao olhar para ela
vejo um monte de sonhos perdidos
rostos esquecidos na infância sem tanta fanta
mas com fantasia dada ao infinito.
Quanta infância e infante!...

Quando a olho,
ó Betelgeuse,
miro, miro, teus olhos estelares no céu
de um preto anum,
e outro tanto  Anúbis,
mudando "mutatis Mutandis"
o tempo do verbo
para desprezar as penosas pessoas do discurso
imposto em retórica torta
e amar as pessoas reais
que não reinam como personagens no palco social,
na coorte cheia de cortesãs e aduladores
mas sob a carne viva do ser humano
macho ou fêmea,
consoante Deus nos criou,
abaixo da Betelgeuse.
(No meu mirar,
do meu mirante longe dos Balcãs,
evoco um apelido querido,
de um ser humano querido por mim:
Miro era a alcunha de um preto velho,
não um macumbeiro!,
que conheci em menino
e que parecia amar o infante
que fui nos idos de década em folhas morta...
Havia acabado de nascer
no bem-nascido berço
que me embalou
nas canções de minha mãe
que não conhecia Alfred de Musset
mas sim Alvares de Azevedo.
Tempos depois
vim a conhecer aquele homem
cuja morte foi rápida e trágica...:
Toda morte é assim).

Assim como eu
quando a miro e vejo
- vejo tantos fantasmas á sombra
de seus olhos negros,
quando ela me olha
também vê algo atrás de mim
e de si :
um rosto do pai
de um primeiro amor
que se deixou enterrar no tempo.
Pasma, vê um fantasma!
- sem ópera, opereta, bereta...
lembra de gestas
narradas por antepassados
(cova rasa, cava veia,
velha aveia,
candeia, estrela cadente, candente...),
por isso me mira assustadiça
em contraponto com a memória que retorna
e retorce, entorta, distorce, torce o tempo
e o espaço na equação de Einstein
e a luz equacionada por Max Planck
que não sabia rosar  rosa da rosa,
mas sim assinalar  o corpo escuro.
Ela é a árvore da vida
dentro do meu jardim  edênico;
- ela me faz respirar
e viver dessa música
que sopra oboé do nariz
- com o sopro do anjo
que vive nas folhas, flores e frutos
da árvore que a sustem
e me alimenta
- até que chegue o outono, amarelo anjo,
e ela caia
e eu decaia,
pois não vivo sem o sopro da musa
que toca minha vida,
nutre minha árvore da vida,
sem vida
- sem ela.
A senha, a senda é ela:
musa e medusa.

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marcel duchamp mulher subindo escadas marcel duchamp mulher escadas pintor obra pictorica artista biografia obra vida
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File:Medusa uffizi.jpg

sábado, 9 de março de 2013

ESCABELO(ESCABELO!) - verbete verbete


Os Montes Claros das Minas Gerais:
esta a terra de Rui Muniz,
homem todo-poderoso,
um deus epicúreo
a olhar compassivo
os reles mortais :
a ralé a seus pés
- por escabelo(escabelo!).
( Nos cabelos da Medusa
com "endechas" em mechas de serpentes
não há como trilhar caminho
nem se perder o caminhante
em meio ao caminho do meio
que leva a um pequizeiro
que oculta o amarelo,
alelo nos genes,
estampado em estampido de cor
na polpa da fruta,
refeição frugal,
que vem que vem escapsulada
e chama a voz em língua nativa,
faz vibrar  as cordas vocais
na boca, caixa de ressonância,
da língua do tupi,
que havia aqui
ou alhures,
junto ao pequi,
no glossário do idioma indígena,
na própria palavra pequi ("cayocar brasiliense"),
por aí, ali, lá e acolá
( no lá lá lá e blá blá blá)
desde o tempo do tupi e do guarani,
antes do guaraná,
junto ao lobo-guará,
- que Deus o tenha!,
porquanto não é mais espécie extante,
mas extinta tinta de melanina...

Sim, acho, no cacho da língua
que se edita,
neste meu achado chato,
no charco da chávena,
dado ao bolor
ou ao mel de jataí
que, na língua aborígene
de um povo autóctone,
ou no canto de desencanto da juriti,
que o vocábulo "pequi"
não é nenhum  idiotismo,
tampouco mero achaque meu,
ou "homérico" "achismo",
sem licença poética
nem mérito de nenhum anum,
mas usufrui do consentimento dos etimologistas,
senhores da gesta
e da onomástica da besta :
arma e arminho.
( O rei Rui,
o Rui rei,
rói o pequi
sem ruído?!)

A etimologia de pequi
rima e é do tupi,
idioma indígena,
não alienígena,
- isso assevera
a severa enciclopédia não-tupi,
tinhosa, garbosa,
dos enciclopedistas europeus,
que gostam de ouropéis,
- tudo ao gosto de Voltaire
em Dicionário Filosófico
cheio de bazófia e empáfia,
lábia e "máfia",
olhando do empíreo
para o que inferem ser sub-reptício
na ortografia dos gramáticos
que sonham ser
chapeleiros malucos
ou tontos zonzos sonsos :
tudo de um vez e voz,
ó pós-modernos,
hodiernos!).

Senhor deus do dia
e Canis Major
à noite, a tenebrosa rosa negra,
Antares a rutilar nos ares
- direto do empíreo sobre o império:
Este é Rui Muniz,
ou penso que seja
Rui Muniz
no canto que amanhece
e não arrefece,
mas aquece a prece
ou o salmo engasgado ou engastado
na minha garganta
como se fora uma procelária
imigrante dos sete mares
ou Aldebarã ("Apha tauri"), Aldebaran!
- a cintilar sobre pomares,
faces de bruxas em esgares
na faceta medieva do tempo
no qual a teologia teoriza
( Teoriza é ministro coevo
do Supremo Tribunal Federal)
e teorizava, aterrorizava,
que as feiticeiras tinham algo
a ver com algas
marinhas ou ilhas maninhas
ou ervas daninhas
danosas e danadas,
que eram e são
na Era coeva,
aquelas mansas "doninhas",
megeras ou moçoilas,
as quais em pecados capitais de luxúrias
e outros que tais,
mantinham relações imorais
com Íncubos e Súcubos,
pois que eram sodomitas heréticas
assentadas na cadeira inquisitória
para maior gloria da história
da cristandade cavalheiresca
e burlesca, dantesca,
antes de ser burguesa
egressa dos burgos da baronesa
e dos conventos das "Teresas",
monjas em maus lençóis,
porém sempre caridosas,
nos cabelos soltos de Rapunzel,
longas madeixas
estendidas para a fuga
dos pobres condenados
-  sentenciados e no rol dos coitados
por uma ninharia
e um juiz corrompido pela vaidade,
que valia menos que a mais-valia
ou menos, ao menos,
 que uma nonada
ou apenas trinta moedas
aptas a comprar para si
o Campo do Oleiro
ou trinta siclos,
preço de custo de um servo
segundo reza o Código de Hamurábi
na antiga Babilônia
da torre de Babel
e dos homens de papel
em signos e símbolos desenhados
quiçá em pergaminhos de Pérgamo
ou do mar que é Morto maroto
ou papiros do vetusto Egipto dos egiptólogos
e dos Ptolomeus
e dos escravos arameus
em cativeiro, na diáspora.

Esta a cidade dos Montes Claros
na poética sem ética
longe da Ática e do Monte Parnasso
pelo Peloponeso do não-ser eleata.
Terra enclavada entre as Minas Gerais,
a qual temos que dividir, malgrado,
com o "Aedes Aegypti"
e outras moscas mortas
junto ao outono de folhas mortas
no outeiro adusto
a amarelar ao rás do chão
feito um anjo decaído
morto o motor em corpo de voo
sem corvo planador
a aplainar o plano ar da planície
e do planalto da Borborema
no rebordo oriental.

(Ah! esqueci-me do caminho
no meio do caminhão
e da metade do cominho("Cuminum cyminum")
no meio do colmilho
e do dente do siso
no veio do siso do assisado.
Insto a Deus para este olvido
não seja o mal
nem me ponha a bailar
com Alzheimer
o médico geriatra que detectou
alguma disfunção
que se dá no idoso
a cavaleiro do lado escuro da lua:
Todos somos estes cavaleiros embuçados
a caminho do negro lado do luar,
encapuzado quer seja no Minho,
quer seja nas Minas Gerais
de Montes Claros
de um preclaro Rui
que não rui,
conquanto a ruína
reine ruinosa
a trote no corcel
do cavaleiro amarelo
e do ginete negro do Apocalipse
a espera da eclipse
e do desenho do movimento em elipse
na equação elipsóide
que capta em linguagem matemática
a forma ou ideia da elipse,
um conceito de geometria plana
que refoge ao analítico:
figura do movimento de um tempo
em metáfora e algo de metonímia matemática,
linguagem algébrica
e engenharia árabe
para arabescos de Alhambra
sem sombra de alfombra.
Saído da Capela Gótica de Sainte-Chapelle
ou na Igreja de Saint-Sulpice
o cavaleiro templário
em fuga desabalada do fogo
na Igreja de Santa Maria Novella,
brasileira à beça
ou à beca...
com o martelo das bruxas e toga
para caçar bruxas à noite
manchado pelo incêndio
que devorou vidas
qual praga de gafanhotos
sobre a lavoura do Egito faraônico
que ficou sem primogênito algum,
exceto os filhos de Israel).
Esta a cidade de Rui Muniz
um plenipotenciário
- o príncipe de Maquiavel
e o super-homem de Nietzsche
para além do mal e do amém
não refém da moral, do imoral
nem do amoral,
ao pé da amora,
livre para ser consigo
e com os outros.
Não um homem mefistofélico
como querem seus detratores
que, dissimulados, fingem não saber,
hipócritas que são,
que um homem de verdade
está isento do bem e do mal,
mas não infenso à maniquéia
doutrinária e prática
que vige no mundo.
Ah! aqueles senhores
não sabem que ser justo
é impossível com o corpo de pó
levantado pelo ar
e coesa na água,
qual fosse uma obra poética-filosófica,
cuja unidade é a mesma
do ser de Parmênides, o eleata.
Aqueles maledicentes, pusilânimes,
jamais fizeram a travessia
por qualquer  Rubicão
montados no alazão
em silhueta de centauro
debuxada entre céus e terras
- refletida na água cristalina
em imagem de Narciso
admirando o belo
que há em si
- musical.
Todavia, fê-lo Rui Muniz,
porquanto  Rui não rui
nem faz ruir os ruins,
os ruinosos, ruivos ou não;
nem cala com a noite, a calada,
por toda a madrugada na adaga
queda e muda com madrigal,
galos em rapsódia e cães a ladrar,
ao léu para o ladrão,
- madrugada que não cala a fala,
tampouco é tampo, tampa,
para o rumor dos ruidosos!
( Apiade-se quem quiser
que "Apiedacea" é da família
que bota botânica nas ervas daninhas
que não deixam a terra maninha
consoante pensa o senso-comum
em homem medíocre
que serve vinho aos odres
podres)

Esta, outrossim, a cidade-estado
da minha Medusa,
cujos ofídios nas mechas dos cabelos
cor de ameixas nigérrimas,
são ofídios que não me ofendem
- são endechas que descrevo
para notação do cantochão.
Ela me suplicia
e o suplício do Império Romano
que vingou por toda parte
nos crucifixos, cruzeiros de igrejas,
Cruzeiro do Sul,
nos céus em anil
ou anum preto
onde os aeroplanos
são cruzes aladas
( Cruz-credo!),
com sinistras suásticas
na guerra pretérita,
cruzes que sobrevoam em planador
sobre o plano de Euclides
e o Plano Piloto
e Brasília de planos infames
pata pilotos perdidos
ou fora da esquadrilha da fumaça,
dentro da quadrilha formada
quase em paralaxe...
- o suplício do império de Roma
que desce ao rés-do-chão
com as crucíferas
que não falam latim,
mas por certo são "faladas",
cantadas e escritas em latim,
em nomenclatura binomial de Lineu
e outros ateus com Deus...
não é suplício maior
do que o que me propicia
a medusa
que não é um mito grego
mas uma mulher que se enamora
do tom carmesim da amora
e eu um homem nada prosaico
plantado na terra
que é a mulher,
sendo que o homem
é um mito cultural
e um rito vegetal
radicado na terra-mãe,
que é a mulher,
que pode ser a medusa ou a musa,
- nela, na mulher
o homem é um vegetal
em exercício no rito do amor,
que é todo o fundamento da religião
e da divindade...
- o homem, mera erva daninha,
danosa, não-maninha,
danada como o danado,
que medra nos meus poemas,
os quais são longos diabos,
gordos demônios,
longevos deuses,
sempre daninhos,
( os diabos não existem,
nem resistem à existência,
mas são seres
entre o pensar humano
e o nada a nadar com nadadeiras ligeiras...)
Já a mulher
jamais é daninha,
nem tampouco danosa,
mas Danaide....
- ai! de mim, derviche:
vixe! dervixe!
rodopiante dervixe!
- disperso na Pérsia
que não existe mais
- em geografia,
mas está em história geopolítica,
geológica, geoglífica...
O homem é um vegetal
- rito em erva
na foto do fóton,
na equação de Max Planck,
na constante da luz
que funda a glicose
no fundo do verde
que funda a glicose
na funda da vida:
o verde é o violinista verde
- de verdade,
com sacarose
e maltose...

Esta cidade ubérrima,
libérrima,
de libélula a libélula
é uma folha bela de bétula
conquanto não haja por aqui
uma floresta de bétula,
mas sim um alameda
por onde caminho
a caminho do ninho,
não do Minho
e do ouro do Douro
Trás-os-Montes.

Esta cidade é minha
e não há de ruir
abaixo do serpentário("Ophiuchus")
suspenso no céu
em anel ou abóbada
que bate embaixo
na rastejante abóbora
ao rés-do-chão
deitada deidade verde na planície
ou no planalto que olha do alto
qual fosse um filósofo epicúreo
a rir com o menosprezo arrogante de um deus
ante a miséria e mesquinharia humanas
que se derramam em demasia
até dar em azia
ou no nirvana oriundo a Ásia.

Esta cidade de Rui Muniz,
homem cuja fama o precede,
é a cidade dos emigrantes,
de todos os imigrantes
e de todas as aves de arribação
que para cá migrar,
que migraram aos milhares
ao pé dos milharais
ao sopé dos montes claros,
aclarados na metáfora
que não é de se jogar fora.

É terra de todas as etnias
em algaravia
em oitiva e escrita
em línguas fossilizadas
e geometrias com figuras em fósseis.

 O homem é um complexo com plexo
que não se comanda,
antes é regido
pela lei dos genes,
que é a lei da casa :
um código escrito
que esculpe e pinta o corpo
incute a teologia n'alma
( beba do sumo da  "Summa Teologica"
e do abstruso raciocínio de Duns Scott)
e a literatura no espírito.
Fauna e flora
o ser humano é o fauno,
no macho caprídeo
e a flora na mulher
que cora feito amora
quando ama
um fauno na flora.

O homem é a sua tragédia
fossilizada no paleolítico
e a poesia da comédia,
a zombaria da sátira,
a picardia da farsa
e o sonho da filosofia
posto no livre-arbítrio :
a voz sardônica-roufenha do sábio ancião
cheio da erudição
e  o timbre cândido da criança
e dos enamorados sob as teias amarelas
que  poeta denomina palor de luar,
um pilar do olhar
e do amar a mar
a insuflar velas
do veleiro brigue
( que não brigue!)
e exibir no céu
estrela polar
a apontar a proa para o norte
aonde vão navegando sobre as vagas
os argonautas de Malinowski,
o grande etnógrafo,
ou aqueles da mitologia grega
que buscavam o tosão de ouro).

Esta cidade de Montes Claros
viva nos vivos,
morta nos seus mortos,
torta nos seus tortos,
rota nos seus rotos,
reta nos seus homens retos,
os justos de Deus
que abençoam a terra
e a água em orvalho,
mar e rio.
Mas o que é a retidão, Nietzsche?!
O que a justiça
ante a justeza
de um homem probo?!
Não há respostas,
mas se as há
são como um ás do baralho
na manga do trapaceiro,
porque o homem é mais profundo
que as fendas ou Fossas Marianas,
doutos oceanógrafos,
biólogos marinhos,
biologistas maninhos...
capitães de corveta
e capitães de fragata
que o digam
discutindo com a corveta à bolina
ou a fragata à deriva...:
nau é pau para naufrágio,
pau frágil
onde se agarra o náufrago.
( Naufrago a seco
no Restelo : Ermida de São Jerônimo
nu em pelo
qual São João Batista
asceta, anacoreta
que se alimentava de gafanhotos,
mel silvestre
e vivia no deserto).

Pelo orifício do olho
do Edifício Flamboyant
com seu tom róseo
abre-se o olho da lua
cortando com foice as trevas
e o olhar que não vem do sol
em desalinho de estrela D'alva.
O edifício vê e vela a cidade
e a cidade desvela o edifício
o que não é ofício difícil,
mas santo ofício
infenso a ofídio
nos cabelos da Medusa,
que me olha
e me transforma em pedra
do Edifício Flamboyant,
coração da cidade.

Rui Muniz,
agora rei Muniz,
munificente ente,
por que foi que fui(ui!, meu Deus!),
enfeixar-te entre meus diatribes?!
Serás magnânimo? - Será?!
Deus dirá
a Dirac
que nos profetizará
em formalismo de linguagem matemática
o que virá
depois da descrição do comportamento do férmion
que preconizou a antimatéria
teses descritas e postuladas
em equações de mecânica quântica e ondulatória,
uma genuína loucura dos tresloucados
seres de barro
- do mesmo barro do João-de-barro
e de João, o Batista
que molhava o barro com água
na torrente do rio Jordão.
( Tenha dó, vovó!,
diria Ovídio
se tivesse ouvido
isto que soaria melhor,
ou mulher, se dado ao olvido
em corredeira no rio Lethes.
Aletheia, ó aletheia
que teia a mulher aranha,
na teia da aranha,
-  com manha de teia da vida!...
ecologicamente inserta
feito a seta certeira
que parte da besta
em galope no paradoxo de Zenão de Eléia,
na bissetriz nominal
que passa em Zeno, o eleata:
dois nomes no mesmo lugar geométrico).

Esta é, no tiro da besta,
em tirocínio do arqueiro,
a cidade das três pessoas do discurso
ou em discurso:
as pessoas singulares e plúrimas,
o Trivium e o Quadrivium
nas pessoas do verbo
- do verbo... - que se enfeite de carne!
- e logo!,
antes que chegue o "logos"
e demonstre, desconstrua (a grua!), desmonte
com o trato e o trator da filosofia,
em "pathos" trágico com Nietzsche,
que o verbo virou homem
e o homem se apagou,
subsumiu-se
na areia movediça,
ponte levadiça
na engenharia do ser
e reengenharia do não-ser
- senão títeres!
sem tretas e tetas,
betas sem metas,
bestas à sombra
- à sombra de alfas
( alfas-homens
ao invés de "alpha centauri")
e alfarrábios sem biosfera
de traça (troça!), carunchos, ácaros...
Esta a terra de Rui
homem virtuoso ou vicioso?
Ou ambas as coisas da alma?
Ou ainda nenhuma delas?
Ou uma terceira coisa de alma aristotélica
que não conhecemos,
mas negamos ignorância até o fim
porque presumimos com o Direito
que tudo conhecemos
oficialmente ou em oficioso
ofício de santo ofídio...
santa inquirição dos anjos descaídos
em folhas de outono
que as derriba no amarelo...:
amarela a febre, a vida no corpo
e a morte na alma
que o filósofo pintou
em belos caracteres
na Nicomaquéia.

Esta a terra de ninguém
com vintém ou sem vintém
porquanto a morte vem
na miscelânea da barra da alva
e o dia amanhece escuro
qual fosse cem anos de noite
no preto sem branco no olho do morto homem
-que seremos, serenos, empós
o romper dos cavaleiros do apocalipse individual.
De febre tifóide ou tifo moído
morreremos quando a barra da alva
for o escuro do ventre materno da terra.
De tifo faleceu Anne Frank.
Gostamos de pensar e crer assim
porque um atestado de óbito
precisa conhecer
da doença ou do mal
que vitimou o ser humano
no dia da ceifa
- no o claro da vindima
que vitima a uva...
Esta a terra que não ficará para ninguém,
pois ninguém sobreviverá
a guerra dos negócios,
nem ao ócio,
nem ao cio,
nem tampouco ao siso ao dente
porquanto desassisado restará
apenas o mal
- o mal de Alzheimer
ou o temor com tremor de Parkinson
que levantaram dois conceitos
( e caíram na cova rasa!)
para tentar ludibriar o frio
que move o olhar da morte
com olhos vidrados
e a indigência intelectual
que motiva a ciência
que encena a verdade
a cada tempo
costurado na fantasia de carnaval em contexto.
( Em descontexto com desconto
de contos de réis
e de contistas célebres
samba o texto sem contexto
trôpego ébrio
ao modo do poeta Verlaine
que morreu no pleno gozo
das funções de beber
algo com álcool e absinto).

( Ah! para atravessar o transepto do amar
arquitetado e construído
pela  engenharia constritora da bruxa,
digo que o grou e a grua
sou eu e medusa
a sós na medula espinhal,
escada do corpo para a alma.
O resto das pessoas no discurso
dou ao olvido
ou às água do rio Letes
que a medusa é tudo
- e o resto, resto de locução,
restolho, rebotalho...).
II
Depois de longo tempo de escriba
passei a desprezar as pessoas do verbo.
Desprezei-as por respeito

àquelas que não são pessoas,
mas seres humanos
fora do "front", do teatro e do discurso.

Desprezei as pessoas do discurso
para respeitar as reais, naturais,
não infensas a atos cadastrais
de teatrais ritos do Direito,
que aqui se chama Direito das "Obrigações".

 
Outrossim, desprezo votei
às pessoas do Direito,
todas fictícias, irreais,
ilusórias e alienadas
tocadas em fanfarras.

As pessoas do discurso,
do verbo em latim,
do "logos" em grego,
que dá "pathos" à filosofia,
as personagens do teatro,
do Estado e do Direito
são seres e não entes,
pois seres não existem,
são apenas palavras e conceitos
e pensamentos d mente que mente à toa,
imperceptivelmente,
no invólucro do véu
ou sob a burca inviolável
aos olhos dos infiéis.
No que tange ao discurso,
mesmo na lira e na cítara
 não é muito mais
que urros escritos
e socos desferidos a esmo
pelo mesmo.

As pessoas do discurso
são frias anãs marrons da classe y,
enquanto os  seres humanos
que não são pessoas,
excepto nas alienações-para-sobreviência,
não representam, porém são o que são,
são o que Deus é
e asseverou que é.
Tais seres humanos,
que são o que Deus é,
 não estão cobertas
ou descobertas
pelos andrajos do verbo,
que virou carne
e habitou entre nós,
a consonar com o quer
o sonar do escriba
do Novo Testamento,
que testou e atestou,
foi testemunha fiel,
fidedigna desses eventos
que o vento carregou
nas ventas
que não iventa vento:
aspira-os, inspira-os.
 

São as pessoas do discurso,
que fazem as artes, o teatro,
a filosofia, a alteridade,
ante a beleza inexcedível
da minha musa,
- da minha medusa!
Mas o que são
ou ousam ser
todas as pessoas do mundo
e mesmo todos os seres humanos
ante minha medusa?!

O mundo todo
povoado de pessoas
em grande quantidade
- e seres humanos
em pequena quantidade,
(praticamente povoado por crianças,
pois os adultos
e os jovens se perdem na folia,
viram foliões, proxenetas,
santos padres, sábios... )
- o mundo inteiro
com suas pessoas em locução
 poderiam me faltar
que falta nenhuma me ocasionaria,
porém não minha medusa:
sem ela eu não viveria
nem mais um minuto.

Seria a falta do sol
e o advento da Era Glacial
mais severa e letífera.
( Que já houve para couve
Ouve, couve-flor !)

Seria o
fim da linha do tempo
Então, eu ouviria a Tocatta e Fuga em Ré Menor,
da autoria de Bach (há quem diga ser composição
da lavra de Buxtehude,
um organista da  minha "Capela Gótica de Sainte-Chapelle"
escondida na aldeia congelada na minha imaginação)
e, faltando cinco minutos para terminar a tocata,
pararia involuntariamente de respirar,
pois meu sistema nervoso vegetativo
daria essa ordem de suicídio ao corpo
e as células encetariam o processo
dirigido pelo deus Thânatus - em linhas negras.
 

O que digo do discurso
é que não importa o verbo,
mas a carne queimada pela paixão,
não pela fogueira da vanidade aleatória das Moiras,
porém pela  flor do amor
que nasce e medra metros no coração
do homem mais desprezador de tudo,
o mais cético dos cépticos,
do filósofo cínico intransigente.

E cada musa
que conquista um desses escarnecedores
tem alguém como eu
ou Rui Muniz
( divido com ele
e com todos os outros homem,
numa gentileza de alteridade)
- cada bela mulher
( toda mulher amada é bela,
a fealdade vem do desamor)
que tem um homem a amá-la
ainda que ela seja uma mala
difícil de carregar
no burro das costas
- de camelo ou dromedário!   

( Ou não é,
Rui Muniz?!...: é Kafka?!,
ou seria Maquiável,
que não foi nenhuma cascavel...)  

( Do ensaio poético-filosófico "Buxtheud, O Organista da Minha Capela Gótica de Sainte-Chapelle", Enclavada entre a " A Aldeia Congelada e Abandona na Minha Imaginação", opúsculo em poesia, os "Os Apócrifos da Medusa", obra  filológica com perspectiva filosofante e o livro  "Andares e Vagares do Cavaleiro Andante, Sem Ser Sombra de Dom Quixote, O Da Triste Figura" e do licro "Da Engenharia e Reengenharia da Bruxa Bronca").

 
lquiria Odin valquiriaestatua de valquiria equestre cavalo aladoviolinista azul celeste violinista azul celeste violinista verde verde violinista da clorofila fila clorofila verde ver
marcel duchamp mulher subindo escadas marcel duchamp mulher escadas pintor obra pictorica artista biografia obra vida
medusa de bernini canova dicionario filosofico filosófico juridico jurídico dicionário enciclopédico enciclopedico enciclopédia delta barsa enciclopedia delta barsa dicionario etimológico etimologico etimo etimologia onomastico dicionário onomástico verbete glossário verbete glossario léxico lexico lexicografia vida obra biografia pinacoteca arte medusa gorgona górgona mito mitologia grega mito terminologia cientifica terminologia científica dicionário científ